quarta-feira, 29 de julho de 2009

Educação

EDUCAÇÃO, sei que as poucas pessoas que acompanham meu blog tem relação ou pelo menos admiram esse assunto!

Eu sou formada em LETRAS, nenhuma novidade quanto a isso né? Mas falando sério, Letras não é um curso voltado para a educação propriamente dita, ou seja, na prática, eu mesma entrei no curso sem intenção de ser professora (loucura), tanto que no último ano da graduação entrei em pânico, caiu a ficha que eu teria que ser professora: "Meu Deus, o que será de mim?" pensei, aí tudo piorou depois de assistir algumas aulas como estagiária.

Hoje dou risada, mas passei grandes apuros, enquanto minha colegas de classe já sabiam o que seriam, já estavam "inseridas no mercado" estagiando (na área pedagógica né) eu estava lá, perdida, ao invés de correr atrás desse mercado esmagador decidi não trabalhar na área pedagógica (que nao é letras) e dedicar meu tempo em oficinas literárias, cursos extras, eu só estudei, falo sem cermônias e sem modéstia,valeu a pena.

Depois da formatura, o grande sufoco, o que será de mim? Aulas substitutivas? SIM, e em uma escola particular, as estaduais estavam tão cheias de professores desempregados batendo na porta por uma aulinha que eu fui mais uma a levar NÃO.

Na escola particular dei aula de Inglês, foi legal, tirando as classes infantis, 5° ano, passar por essa experência me fez ver que não me dou bem com crianças grandes, pré-adolescentes e afins.

Mas voltarei as salas de aula um dia, ensinarei literatura com paixão, e seguirei o conselho da cineasta e pedagoga Marília Franco, que é o de educar diferente pessoas diferentes, afinal de contas ninguém é igual.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mistério do planeta - Novos Baianos

Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola

[Galvão/ Moraes Moreira]




sexta-feira, 10 de julho de 2009

Os sonhos e os objetivos não podem ser esquecidos!

Abandonei por algumas semanas meu blog, muito trabalho, cabeça cheia, tava difícil vir aqui no meu cantinho e desabafar.

Eis-me enfim aqui, costumo escrever no blog quando ainda estou no trabalho, não pensem que sou irresponsável, é que quando termino de ler alguns texto, despachar alguns serviços eu realmente fico sem nada para fazer, e aqui, apesar de ser trabalho e desse nome exercer forte impacto para a sensibilidade e inspiração de algumas pessoas, para mim é o oposto , é melhor, aqui é sossegado, parece que quando fico longe de pessoas que realmente me conhece (família) eu me solto mais para escrever.

Vamos ao que interessa.

Aqui no trabalho estamos fazendo a seleção para novos colaboradores para a parte de trainee de auditoria e tributos, primeiro eles tiveram que fazer a prova online, os que passaram fizeram a dinâmica e os que passaram da dinâmica vão ser entrevistados pelos diretores, enfim, coisas normais para a seleção de um funcionário.

A dinâmica foi realizada no último fim de semana, demos preferência para algo mais simples, com elaboração de nome de empresa, apresentação pessoal, uma experiência tranquila, mas a dinâmica e a aplicação dela não tem muito a ver com o assunto, o que realmente me chamou a atenção é de ver tanta gente ali, em busca de algo e saber que poucos serão selecionados, me senti mal, lembrei das vezes que passei por isso, momento de avaliação de outros, insegurança e ao mesmo tempo vontade de conseguir o trabalho!

Participei de algumas dinâmicas em grupo, não passei em nenhuma! Hoje eu acredito que não era pra ser mesmo, mas ao ver os candidatos na posição inconfortável que já estive me deu uma angústia, uma vontade de aprovar todos, dar a chance deles mostrarem o potencial na prática. Infelizmente não é assim, não pode ser assim. Essa semana ligarei para os aprovados na dinâmica e darei a notícia boa tão esperada, para os que não passaram ligarei também, nada de e-mails, farei questão de dizer para continuarem em busca do sonho, e desejarei sorte, sei que minhas palavras não serão as esperadas, mas de coração, eu desejo a todos sorte. De verdade.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Em busca do sentido


Na descrição do meu perfil eu escrevi que procuro sentido em minha vida e que sou movida, semioticamente, por paixões, falando assim parece que sou objeto de estudo de alguma teoria, no caso a semiótica, e eu posso ser, viu: Sou um "sujeito" e tenho um "objeto valor" a ser conquistado, esse objeto valor pode ser os deveres do dia a dia, tudo isso ligado à paixão, pois se o sujeito não está "apaixonado" pelo seu "objeto valor" não há o percurso. Eu sei, tá complicado né? acredite, para mim a semiótica é uma loucura. Eu a estudo há dois anos e parece que ainda não sei nada, e acho que não sei mesmo, agora estamos (grupo de estudos de semiótica) começando a navegar em mares desconhecidos, uma nova (para nós) direção da semiótica de Zilberberg, ele e suas tensividades, acredito que com o Zilberberg teremos ainda mais suporte de análise para nossos textos. Mas Greimas, sempre será o "mestre dos mestres", não tem jeito.

Mas não tô aqui para ensinar semiótica ou definí-la, o que pra mim é impossível, quero contar como a conheci e como ela faz sentido para mim, falando assim parecemos intimas né? Que nada, para vocês terem uma ideia tenho que ler, reler, ler de novo algumas explicações para que algumas questões entrem na minha mente.

Quem me apresentou a teoria foi a professora Fabiane Borsato, que no meu último ano de faculdade (2007) aceitou orientar meu tcc em parceria com a minha amiga Marilisa, e sugeriu o suporte da semiótica para a análise, confiei na Fabiane, formamos um grupo de estudos para aprendermos melhor e seguimos em frente, peguei um livrinho fininho destinado a principiantes do estudo da teoria semiótica e o engoli, literalmente, nosso primeiro objeto de estudo foi o conto "Teleco, o coelinho" de Murilo Rubião, sinceramente, a análise ficou boa, coerente, mas faltou intimidade entre os termos semióticos e a análise, ficou parecendo uma fórmula, mas com certeza, esse exercício truncado fez com que ganhássemos um pouquinho mais de intimidade com a teoria, e com o que tínhamos de análise do Teleco, apresentamos uma comunicação no MiniEnapol da USP. Nosso segundo texto foi outro conto de Murilo Rubião: "O ex-mágico da Taberna Minhota", essa análise já ficou menos teórica, mas se hoje eu pegar para ler encontrarei alguns erros, enfim, apresentamos a análise para a bancada de tcc, e foi tudo bem, passamos de ano e concluímos o curso de Letras, página virada a princípio.

Conclui o curso, mas não a semiótica, ainda frequento o Grupo de Estudos CESAJUG, que me proporciona o contato com o trabalho de análise semiótica em textos literários, ela não me deixa parada, desatualizada. Com a semiótica podemos entender os percursos do sujeito na obra, suas paixões, a figuratividade presente em cada pedacinho do texto, seja ele qual for, afinal de contas a semiótica está aí, em busca do sentido. E eu também estou. 

quarta-feira, 1 de julho de 2009

9° Feira do Livro de Ribeirão Preto



Como prometi na minha última postagem, hoje escreverei um pouco sobre a 9° edição da Feira do Livro. Acho que exagerei quando disse em fazer um balanço geral, pois apesar de ter comparecido quase todos os dias, não foi o suficiente para ver tudo que eu queria, o que farei aqui será apenas um resumo do que vi nos dias em que pude ir.

Comecei no sábado, dia 20/6, com o show de Adriana Calcanhotto, e posso dizer que foi um dos melhores shows que já estive, e olha que já fui em muitos. Adriana é linda, simpática, tem absoluta presença de palco, no show ela apresentou seu novo CD: "Maré", coisa linda, ótimas composições com parceria de Arnaldo Antunes, e além de nos mostrar o novo projeto, ela também cantou as clássicas que a gente nunca esquece, Adriana ao vivo se supera, sensacional. A noite não poderia ter acabado melhor para mim, pois quando eu estava indo para o carro, vi o Bruno Medina (tecladista dos Los Hermanos, atualmente está acompanhando a Adriana Calcanhotto nesta turnê), totalmente acessível atrás do palco, não pude evitar meu momento de tiete, e com ajuda do Fábio (super namorado), tirei uma foto com ele e disse o quanto eu o admirava, falei dos Los Hermanos, enfim, coisa de fã. Ele foi muito legal viu, me surpreendi, pois sempre o achei misterioso e tímido demais, poetas tem dessas coisas.

Na segunda-feira, depois do trabalho, não pude deixar de ir à palestra das 19h, quem deu o show de conhecimento foi o professor e escritor Dionísio, palestra memorável, ele mostrou o quanto é apaixonado pelo que faz, disse que é fundamental essa paixão, e é tão gratificante para a alma quando temos a possibilidade de ouvir alguem falar com tanto gosto da profissão, ainda mais quando essa pessoa faz parte da área que queremos seguir. No fim da palestra entramos em um debate sobre best sellers versus arte literária, discussão interminável, por fim, depois de tantos argumentos, chegamos à conclusão de que best sellers sempre existirão, como também a arte literária, cabe a nós leitores decidirmos o que é bom ou ruim, como tudo na vida. Depois da palestra, o show do mestre Oswaldo Montenegro, letras poéticas com muito rock, é lógico que ele cantou as clássicas como "Bandolim" e "A lista", cantou também algumas canções de Chico Buarque, Belchior etc, o show foi um sonho, repertório digno para quem aprecia música popular brasileira.

Na terça-feira passei o dia contando os segundos para o fim do expediente, estava anciosa para a palestra do professor, escritor e linguista Edward Lopes, mas infelizmente ele estave acamado e não pôde comparecer, confesso que fiquei decepcionada. Quem se prontificou em falar no lugar do grande linguista foi o Dr. prof. Sérgio Roxo, confesso que estranhei, decidi ficar e ouvi-lô, afinal de contas já estava ali mesmo, fiquei e não perdi nada com isso, a palestra foi muito interessante, com reflexões filosóficas, lisguísticas e júricas, me surpreendi quando o Dr. Sérgio disse que estava defendendo uma tese ultilizando a linguística. Com toda a certeza aprendi muito naquela noite.

Quinta-feira decidi assistir uma apresentação da palavra cantada, o repertório da noite era Caetano Veloso , e nos intervalos das canções um professor de história (não me lembro o nome) falava sobre a relação das músicas de Caetano e seus respectivos parceiros com a história do Brasil, fiquei muito satisfeita, quando eu saio de algum lugar que acrescenta algo na minha vida eu fico realizada e privilegiada por ter tido a possibilidade de ter estado ali. Sai da palavra cantada de alma lavada e encontrei com minha mãe e minha irmã para assistirmos ao show de Toquinho e MPB4, quem entrou primeiro no palco foi o quarteto da MPB, vozes de anjos, sincronizadas, abriram o show com a música "Cio da terra", em seguida foi uma canção mais linda que a outra, até que surgiu ele, Toquinho, muito humilde, mais um cara apaixonado pelo que faz, dava pra sentir isso em cada música, em cada batida do violão. Na sequência o grupo MPB4 se juntaram a ele e me levaram ao delírio e nostalgia com as músicas "O caderno" e mais um monte da minha época de infância, como eram boas as canções infantis naquela época, logicamente hoje também tem coisas boas, mas é que as do passado para mim tem um gostinho especial, mais uma noite inesquecível.

No sabádo eu já sentia a angústia do fim próximo da feira do livro, tanto que fui bem cedo para lá, andei, vi recitais de poesias, tudo muito lindo. Às 16h fui para o Teatro Pedro II assistir ao show de Ná Ozzetti, que cantou e nos encantou com o repertório de Carmem Miranda, fiquei fascinada, letras incríveis, foi apaixonante. Depois do show da Ná Ozzetti tudo foi muito engraçado, pois pegamos "uma"chuva, eis que esperamos por Maria Rita com nossas capas de chuva, infelizmente não consegui ver o show até o fim, estava muito cansada.

E para fechar a feira com chave de ouro no domingo: Lenine, um dos shows mais esperado por mim. Valeu demais esperar o último dia para vê-lo, Lenine é encantador, simples; gosto de pessoas simples; ele dançou, brincou, fez a gente cantar junto, apaixonante a maneira de encantar que ele tem. Saimos de lá realizados.

É com muito orgulho que eu escrevo esta postagem, pois foram dias repletos de aprendizados e epifânias mágicas. Vou esperar anciosa pela 10° edição deste evento, enquanto isso, eu vou buscando cultura nos becos escondidos, quanto souber de algo publicarei aqui.

Um beijo de um ser sendo.