Neste último feriado (2/11) fui assistir ao filme “O Palhaço”, dirigido e também protagonizado por Selton Mello, e devo dizer que estou em estado de êxtase até agora, tanto que não poderia deixar esse fato passar em branco aqui no meu cantinho epifânico, o filme é maravilhoso na sua simplicidade, fotografia, os figurinos são lindos e superadequados. Amei e recomendo a todos.
O filme conta a história de uma pequena trupe de circo que vive aos trancos e barrancos para manter a lona erguida. Os proprietários do lugar, que se chama Esperança, são Valdemar (interpretado por Paulo José) e Benjamin (interpretado por Selton Mello) que também são os palhaços da trupe.
Os demais artistas do circo são pessoas, a primeira vista, caricatas. Tem a gorda, o anão, o negro forte e alto, o magrelo, o casal de acrobatas esquisitos, a dupla de músicos com caráter duvidoso etc, mas com o desenrolar do filme esses estereótipos são quebrados, pois quando menos se espera nos encantamos, choramos, torcemos e nos emocionamos com eles. Naquele pequeno período em que estamos na sala de cinema nos tornamos parte da trupe Esperança. O efeito é mágico.
Todos esses personagens têm participação efetiva no filme, mas o enfoque principal é no personagem Benjamin, que cuida dos problemas administrativos do circo, mas o faz com bastante cansaço, sem expectativas com o futuro.
Sua principal frustração é fazer dar risada, mas não ter ninguém para fazê-lo sorrir. Na verdade Benjamin é um personagem que não sabe o que o motiva a viver, não sabe o que é e para o que é na vida. Todo esse drama particular faz com que Benjamin tenha como objeto valor um ventilador, que pode ser interpretado como uma metáfora do querer saber quem ele é, querer saber ser feliz, afinal.
Em dado momento, ele ouve de seu pai esta frase:
"Na vida a gente tem que fazer o que sabe fazer, o gato bebe leite, o rato come queijo e eu sou palhaço. E você?”
O gato bebe leite, o rato come queijo e Benjamin, será que é palhaço?
Vale a pena assistir para descobrir. Recomendo.
Escrever ti liberta mesmo. Ficou quase tocante como o filme *-*. me vi ali chorando de novo no momento em que ele se descobre palhaço de verdade! enfim, adorei sem duvida algum o cinema brasileiro está voltando a ter forma,moldes e olhares de diretores espetaculares. tiro o chapéu pro palhaço benjamim *-*
ResponderExcluir