segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Carta à Marilisa

Querida Marilisa,

Recebi uma mensagem sua, mensagem inesperada, pois faz muito tempo que não nos vemos, não nos falamos, a faculdade acabou e de repente voltamos a ser um pouco desconhecidas, mas jamais estranhas uma a outra.

Marilisa, amiga de viagens imaginárias, sonhos culturais, ideológicos, uma vontade de mudar o mundo com arte literária, pra ser mais direta, com contos fantáticos.

De quem foi a ideia de analisar aqueles contos lunáticos de Murilo Rubião? Confesso que não lembro, só sei que queriamos algo fantástico, disso eu me lembro, mas não queriamos qualquer um, sem querer desvalorizar os mais conhecidos, nós queriamos chocar, dizer o nome do 'nosso' escritor para todos perguntarem: 'Murilo do que? nunca li nada dele'. E não é que conseguimos.

Escrevo cada palavra com um leve sorriso nos lábios, e para ser um pouco dramática, com os olhos d'água.

Sua pequena mensagem dizendo que estou sumida despertou uma vontade de te escrever, dizer que quero marcar alguma coisa, sei que está tendo eventos culturais interessantes na cidade: café filosófico, exibições de filmes e documentários no sesc, semana passada teve uma peça tão bonita no Meira Júnior: 'Um grito parado no ar', sinto tanto de não ter te convidado, você teria amado, tenho certeza.

Que vida louca essa que estamos vivendo né? Você imaginava que seria assim? É doido não é? De repente ter responsabilidades maiores que nós mesmas, corrigir erros (gramaticais) de outra pessoa, ensinar, sair de casa de 'manhãzinha' e só voltar de noite...ufa..Apesar de corrido é tudo tão bom, dedicado né?

Acho que já escrevi demais, você sabe que quando começo a escrever/ falar não paro, mas agora é preciso, vamos combinar alguma coisa, um bar para colocar a conversa em dia, sem hora pra chegar em casa, pois o papo vai render, se bobiar, uma análise semiótica daquela poesia que ainda nao analisamos, lembra?

Marilisa, o que quero dizer com tudo isso é que estou com saudade.
De verdade.

Beijos.

Marcela.

Um comentário:

  1. Má, você sempre lembra coisas que não podemos esquecer. Aquelas que ficam, sabe?
    Sua amiga deve ser feliz demais de ter quem escreve pra ela.
    Continuarei firme, com cartinhas de selo e correio, porque hoje, lendo seu texto, reafirmei muitas coisas em mim. Obrigada.
    Uma beijoca!!!

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