sexta-feira, 24 de julho de 2015

O Fim.

De começos eu sei. Recomeços também.

Meio é onde a gente se acha, onde é confortável.

Sei também.

Mas retorno para escrever sobre o fim.

Sobre finalizar mais uma etapa. Dessa vez cognitiva. Criativa.

Neste momento eu me lembro do começo...

e me esbaldo com lembranças do meio.

Segunda, uma coisa.

Sexta, outra. Completamente diferente.

Eu já não sou mais eu.

Mas sou melhor.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Um café e uma caneca, por favor.

Café para que te quero. Ah, e como quero.

Mas, eu quero mais.

Canecas para que te quero. Ah, e como quero.

Precisava de mais uma caneca.

Tudo bem, me julgue.

Na loja, as descoladas estavam em destaque.

Não acho ruim, não. Até gosto.

Mas a caneca que me chamou a atenção foi uma deixada de lado.

Esquecida, quase.

“Canecas com motivos natalinos com desconto”

Havia apenas uma, apesar do plural.

E ela era singular. Ela é singular.

Esqueça o desconto. Foi mimimi, duende etc a primeira vista.

Café.

Caneca.

Motivos natalinos.

Singular no meio das moderninhas.

Única. Minha.


sexta-feira, 3 de julho de 2015

cores e bateria.

Noite de sábado.

Mas não uma noite como outra qualquer.

Era uma noite de celebração ao amor.

Casamento.

Comemoração.

Mais uma vez, amor.

Porque para a palavra amor, a gente celebra com louvor a redundância.

Comemoração. Música. Dança.

Cores.

Bateria.

Escola de samba também é amor...

... e isso eu descobri nessa noite de sábado em um casamento.

Cores. Bateria. Música. Alegria.

Um pote até aqui de muito amor.

Fiquei paralisada, olhando incrédula.

Cores. Bateria. Música. Alegria...

... Emoção. 

Muita emoção.

Foi exatamente como um rio que passou em minha vida.

E eu chorei.


quarta-feira, 24 de junho de 2015

equilíbrio.

Tive uma professora que me disse um dia que é impossível viver só do pragmatismo que por vezes é a nossa rotina.

Naquele momento ela falou o que eu realmente precisava ouvir para lidar com o que eu estava prestes a encarar depois da formatura.

Nunca mais me esqueci dessas palavras. Dessa verdade.

Quando me afasto das coisas que me fazem bem, das coisas que eu deveria me permitir fazer diferente fora da rotina do dia a dia... Quando eu só vivo para existir: da casa para o trabalho.

Tudo dói.

Mas não é aquela dor cheia e gostosa que a gente se depara quando entramos em estado catártico.

A dor é a de não se reconhecer. Dor de se perder de si mesmo.

Eu simplesmente não sou eu quando me afasto da vida fora do quadrado.

Escrever sobre este sentimento já é respirar novos ares, se enxergar de outra maneira.

Na verdade.

Eu busco equilíbrio.

Epifania e Prática.

Esquerdo e Direito.

Para todas essas coisas: Simplicidade. Poesia. Transcendência.


Para terminar, deixo uma frase de um amigo que me fez parar e refletir sobre todas essas pequenas/grandes coisas:

"A beleza da poesia é o olhar simples e delicado daquilo que costuma ser invisível" F.M


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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Começo. Meio. Fim.

Começar assusta.

Começar também exige da gente um pouco de coragem.

Começo para quem vai...

mas começo, também, para quem fica.

Mudanças.

Como diz a canção de Chico Buarque:

“As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem”

Quando as coisas estão ruins, esperamos, sim, que elas mudem.

Mas e quando as coisas estão (aparentemente) certinhas?

Tudo muda o tempo topo, inevitavelmente.

Do ruim para o bom. Do bom para o melhor ainda. Do melhor ainda para uma outra coisa.

Que seja.

Só não aceito a opção de ser do bom para o ruim. Isso não.

Porque, parafraseando Luiz Tatit, depois de todos os meus começos depois até que foi bom, afinal. 

Começo. Recomeço.

Começar assusta.

Mas começamos, dia após dia, um leão por vez...

Meio.

A gente há de alcançar.

Fim.


“Se todo começo é assim

O melhor começo é o seu fim

Um dia ainda há de chegar

Em que todos irão conquistar

Um meio pra não começar”


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Sobre uma tarde

No meio da tarde me peguei olhando para o nada.

Nada, não, espere.

Naquela tarde me peguei olhando post-its.

Mas não eram quaisquer post-its.

Eram pedaços de pequenos, grandes, duendes1 para mim.

Sim, bilhetes para mim, feitos para mim.

No meio de uma tarde de cor estranha, de visão embaçada,

Eu me peguei ouvindo Leminskanções,

Lendo sobre desacumulo de palavras.

Olhei para o lado esquerdo.

Olhei para os dizeres. De novo.

E eu sorri.

Pequenas e simples. Coisas. Me sustentam (ou se preferir: Sustentam-me).

E eu sorri.






 (duendes1 - epifania)

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Prometo Falhar - Pedro Chagas Freitas, um "gajo a escrever cenas"

O que é o amor?
O amor é tudo
Amar incansavelmente
Procurar todos os dias
Olhar é fundamental
Descobrir sempre
Sentir o que nunca
ninguém sentiu

Pedro Chagas Freitas, sobre o Amor:




Começo este texto parafraseando um dizer de autoria desconhecida: “O amor não se explica, se sente”. É exatamente essa ideia que me foi iluminada por meio da leitura do livro Prometo Falhar, do Pedro Chagas Freitas (Portugal), que ganhará, em breve, uma edição no Brasil pela Editora Novo Conceito.

Prometo Falhar é um livro com várias crônicas sobre a riqueza dos sentimentos humanos, como a saudade, a nostalgia, a melancolia, os medos, as aflições, a loucura, a paixão entre outros, que evoluem e querem ser, simplesmente: AMOR. É o amor que motiva as personagens do livro.

Amor em todos os tipos de relações. Amor entre pais e filhos, marido e mulher, amantes, avós e netos...   

Amor ao silêncio, à boa conversa, à pele, ao toque, ao corpo, ao orgasmo, ao beijo, ao transcendental, ao olhar, à beleza, à vida... “viver é insuportável e é bom, porra”.

Amor ao animal de estimação, ao espaço, à casa, ao país...

Amor é “inconformação da conformação”, amor é revolução, é fazer diferente, é não ser igual...
“Só o que ultrapassa todos os limites pode mudar o mundo, sabia?”

Amor, acima de tudo, à falha, à imperfeição, à feiura...

Dualidades fortes e perceptíveis no livro: Falhar (Imperfeição) vs Acertar (Perfeição). Uma não existe sem a outra. São essenciais uma para a outra.

Para o escritor “gajo a escrever cenas”, o amor surge da falha, pois ela aproxima as pessoas (lembrando o amor para todos os tipos de relação). Ninguém é perfeito nas relações humanas, há de se tentar fazer o melhor, mas sempre tem um pior no caminho para ser superado. Amor é superação. Ninguém merece ser e estar num pedestal.

“O amor só existe quando alguém desiste de ser perfeito.”
“«Se você voltar a falhar juro que te amo para sempre.»
E ela falhou.”

Amor à escrita, à poesia, a saber usar as palavras certas na hora certa. Amor aos livros, a saber fazer literatura para presentear a amada(o) com palavras...

O ato da escrita é visivelmente importante nas crônicas do livro, que faz dele metalinguagem pura. Escrever supre a falta do amor, sendo necessidade básica para quem ama e sofre a ausência do amor. A escrita só não é mais importante do que amar, do que viver. Mas ela é o complemento da vida, principalmente quando existe a falta, o sofrimento, como também a alegria. Encontramos no livro personagens que possuem seu próprio jeito de lidar com a arte de escrever, assim como lidam com a arte de existir.

“... já chega de te escrever, desculpe, prefiro te amar, é uma sorte você estar aqui lendo e ter gostado do que escrevi até agora, o único erro ortográfico imperdoável é você não gostar, que se danem as obras-primas e os críticos, se é capaz de te amar é arte, mais simples é impossível,”

“...já vai tão longo este texto e eu que só queria escrever que não sei por que escrevo, e temo bem que quando alguém sabe por que escreve não está escrevendo coisa nenhuma, serei provavelmente escasso mas nunca um burocrata das letras, o escritor pode até nem escrever mas o que não pode é não sentir, há tantos gênios que se esqueceram de ser geniais,”

Por fim, há também o amor na colaboração, na parceria, na amizade...

Prometo Falhar só foi possível para o Pedro Chagas Freitas porque existiu a colaboração de seus fãs e leitores, que o ajudaram diariamente na execução e conclusão do livro: “Este livro resulta da colaboração atenta e criativa de muitos dos meus leitores e fãs — que diariamente me foram dando sugestões, abordagens, emoções e vida.”

Perguntaram ao Pedro Chagas se ele Promete Falhar, ele respondeu: “Prometo e cumpro”...
Não neste livro, Pedro, que é sucesso e vale muito a pena. 

“«Prometo falhar.»
Foi a única promessa que ele fez, toda uma filosofia em duas palavras, eu não acreditava na possibilidade da perfeição, nem sequer fazia o que quer que fosse para alcançá-la, pois se não existe por que haveria de procurá-la?, e se deixava viver pelo que tinha à frente, as opções todas, as portas todas, havia sempre uma hora ideal para a felicidade e era sempre agora, o amor só existe quando alguém desiste de ser perfeito.”